domingo, 30 de maio de 2010
Por onde?
(Kléber Albuquerque/Tata Fernandes)
Por onde passará o amor se a ponte quebrar?
Será que vai por água abaixo ou aprende a voar?
Se vai voar até o infinito
Se esquecer de continuar
Ou vai fincar o pé na margem e acenar
Para um ponto qualquer no horizonte
Ou vai descer o rio até chegar no mar
Ou se o amor é a própria ponte
Amor, me diga
Ai, amor, me conte
Por onde passará o amor se a ponte quebrar?
Será que vai por água abaixo ou aprende a voar?
Se vai pagar pra ver a flor do abismo desabrochar
Ou vai se consumir até se consumar
Ou vai cair em si até o último andar
Saí sem ter paradeiro nem hora pra chegar
Vou conhecer o mundo inteiro e se você chamar
Com meu cavalo ligeiro volto pra te buscar
Por onde passará o amor
Se a ponte quebrar?
Por onde passará o amor
Se a ponte quebrar?
arte: Marc Chagall
terça-feira, 25 de maio de 2010
O indizível
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Concrete jungle
I wish I could be free from this "Concrete jungle".
At least for today.
Concrete Jungle
Composição: Bob Marley
No sun will shine in my day today
The high yellow moon won't come out to play
Darkness has covered my light
And has changed my day into night
Now where is this love to be found, won't someone tell me?
'Cause life, sweet life, must be somewhere to be found, yeah
Instead of a concrete jungle where the livin' is hardest
Concrete jungle, oh man, you've got to do your best, yeah.
No chains around my feet, but I'm not free
I know I am bound here in captivity
And I've never known happiness, and I've never known sweetcaresses
Still, I be always laughing like a clown
Won't someone help me?
Cause, sweet life, I've, I've got to pick myself from off theground, yeah
In this here concrete jungle,
I say, what do you got for me now?
Concrete jungle, oh, why won't you let me be now?
I said life must be somewhere to be found
Instead of a concrete jungle, illusion, confusion
Concreate jungle
Concrete jungle, you name it, we got it, concrete jungle now
terça-feira, 18 de maio de 2010
Andei pensando
domingo, 16 de maio de 2010
Com desenfreado afeto
Tomo para mim as dores do mundo. Não assisto mais a noticiários, não me habituo a tragédias. Não que eu seja tão sensível ou tão altruísta. Talvez eu ainda não tenha aprendido a separar-me do outro.
Diante da dor de um familiar eu abraço a causa com raiva e afeto. Eu me incomodo, tomo partido. Sei que a imparcialidade não dói mas minha paixão tem partido,levanta a bandeira da torcida, não fica no banco reserva.
Ainda não aprendi a ser metade. Ainda não aprendi a ser o inteiro, isolado.
Tento me adestrar ao que me poderia ser mais confortável e eliminar as olheiras da noite mal dormida.
Creio tanto no outro que me esfacelo em tantos pedaços quanto a suposta altura daquele que me fiz acreditar. Minha crença precisa aprender a crer.
Quem sabe um dia eu possa ouvir em silêncio. O silêncio maduro do não comprometimento. Quem sabe eu possa ligar a televisão com a distância necessária. Quisera um dia não mais precisar da distância.
arte: Salvador Dali
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Vilarejo
Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraíso se mudou para lá
Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real
Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa...
Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar
Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for
Composição: Marisa Monte, Pedro Baby, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes
arte sumi-ê
quarta-feira, 12 de maio de 2010
A hora da partida
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
A hora da partida soa quando
escurece o jardim e o vento passa.
Estala o chão e as portas batem, quando
a noite cada nó em si deslaça.
A hora da partida soa quando
as árvores parecem inspiradas.
Como se tudo nelas germinasse.
Soa quando no fundo dos espelhos
me é estranha e longínqua a minha face
e de mim se desprende a minha vida.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Caçador de mim
Composição: Luís Carlos Sá e Sérgio Magrão
Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim
Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim
Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura
Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim
arte: Amadeo Modigliani
terça-feira, 4 de maio de 2010
Um pequeno cuidado
“Ponha seus chinelos”, ele disse para o filho. Um pequeno cuidado. Mas são os pequenos cuidados que contam dos sentimentos mais elevados.
Aquecer os pés. Conferir o cobertor à noite. O que aquece, na verdade, não são as meias. O que aquece é a intenção.
Os chinelos remeteram-me ao bolo quente da avó. Ao almoço de domingo da mãe. Ao beijo diário do pai chegando às cinco e meia.
Pequenos hábitos diários constroem não só a memória dos filhos, que perdurará além dos netos, mas também revelam o amor único de ser pai, de ser mãe.
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