quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Necessaire
Curioso observar o banheiro feminino da empresa: na prateleira, várias necessaire coloridas, uma ao lado da outra.
Juntas e cúmplices na vaidade. Não há receio de ter a necessaire invadida. Uma cumplicidade que pontua respeito.
Pensei na prateleira colorida de rímeis, batons, escovas e pastas de dentes, mas não parece-me ser a praticidade, o objetivo maior.
Uma necessaire confia na outra para estar ali. A que não está talvez não confie, não se integre, não se entregue.
O universo masculino é diferente: após o almoço, cada um com sua micro necessaire azul em mão. Esta fica guardada na gaveta, discreta e sozinha. E eu penso que este parágrafo, bem menor que o anterior, quer contar alguma coisa.
(Débora Tavares)
arte: Marc Chagall
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Resposta ao que se foi
Regressando do mar
não se precisa a paisagem a aportar.
O olhar sobre a areia,
agora nova ou ainda a mesma
depende da viagem.
(Débora Tavares)
não se precisa a paisagem a aportar.
O olhar sobre a areia,
agora nova ou ainda a mesma
depende da viagem.
(Débora Tavares)
O que se foi
O que se foi se foi.
Se algo ainda perdura
é só a amarga marca
na paisagem escura.
Se o que se foi regressa,
traz um erro fatal:
Falta-lhe simplesmente
ser real.
Portanto, o que se foi,
se volta é feito morte.
Então por que me faz
o coração bater tão forte?
(Ferreira Gullar)
Se algo ainda perdura
é só a amarga marca
na paisagem escura.
Se o que se foi regressa,
traz um erro fatal:
Falta-lhe simplesmente
ser real.
Portanto, o que se foi,
se volta é feito morte.
Então por que me faz
o coração bater tão forte?
(Ferreira Gullar)
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
A solidão não me era companheira.
Aproximava-se sorrateira enquanto eu
mistuava-me aos livros, aos filmes,
às canções e ao sono, como quem
aguardava uma manhã menos nublada
para levantar-se e caminhar pela rua.
Ignorava eu uma solidão muito mais
funda que nem a maior alegria detém
porque independe de fatos externos.
Uma solidão que se alimenta de si,
sem fome, sem sede e com fadiga do mundo.
(Débora Tavares)
arte: Edward Hooper
porque é nas palavras mais simples que se toca o coração
He's got the whole world in His hands
(canção popular de autor desconhecido)
He's got the whole world in His hands
He's got the whole world in His hands
He's got the whole world in His hands
He's got the whole world in His hands
He's got the fish of the sea in His hands
He's got the birds of the air in His hands
He's got the fish of the sea in His hands
He's got the whole world in His hands
He's got the gamblin' man in His hands
He's got the sinner man in His hands
He's got the gamblin' man in His hands
He's got the whole world in His hands
He's got the little bitsy baby in His hands
He's got the little bitsy baby in His hands
He's got the little bitsy baby in His hands
He's got the whole world in His hands
He's got everybody here in His hands
He's got you and me, brother, in His hands
He's got everybody here in His hands
He's got the whole world...
He's got the whole world in His hands
por Nina Simone
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Para o Theo, que já está pra chegar.
Beautiful Boy
(John Lennon)
Close your eyes
Have no fear
The monster's gone
He's on the run and your daddy's here
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Before you go to sleep
Say a little prayer
Every day in every way
It's getting better and better
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Out on the ocean sailing away
I can hardly wait
To see you come of age
But I guess we'll both just have to be patient
'Cause it's a long way to go
A hard row to hoe
Yes it's a long way to go
But in the meantime
Before you cross the street
Take my hand
Life is what happens to you
While you're busy making other plans
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Before you go to sleep
Say a little prayer
Every day in every way
It's getting better and better
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Darling, darling, darling
Darling Sean
arte: Cândido Portinari
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