quinta-feira, 7 de outubro de 2010


A solidão não me era companheira.
Aproximava-se sorrateira enquanto eu
mistuava-me aos livros, aos filmes,
às canções e ao sono, como quem
aguardava uma manhã menos nublada
para levantar-se e caminhar pela rua.

Ignorava eu uma solidão muito mais
funda que nem a maior alegria detém
porque independe de fatos externos.
Uma solidão que se alimenta de si,
sem fome, sem sede e com fadiga do mundo.

(Débora Tavares)



arte: Edward Hooper

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