quinta-feira, 18 de novembro de 2010

King Kong





Quando criança, não gostava do filme. Incapaz de entender a sedução do macaco-homem sobre uma mulher. Indefesa e bela, nas garras do dócil malvado.

Compreendo, hoje, que a mulher aprecia as feras.
Não pelo movimento masoquista mas pela sedução da força.
E não falo aqui de homens bem torneados. Falo da força da palavra, do gesto.
Não falo aqui de deselegância nem de grosseria, mas de firmeza.
Toda fera esconde o medo da docilidade.

Assistir a King Kong hoje, certamente seria bem diferente.

(Débora Tavares)

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